sexta-feira, 27 de julho de 2007

49. – Quinta-Feira... Um Dia Tramado...

Como eu temera a corda rebentou... ontem à noitinha... o rastilho foi a mala de viagem à Namíbia... que se encontrava esquecida num canto da sala e ainda por desfazer... a oportunidade para fazer um sermão sobre o... “ñ sou tua criada”...; tb foi escolhida à dedo... o momento em que relaxado no sofá... e revendo os filmes feitos na última viagem... ele emborcava a sua Tuborg e engolia... os seus pepinos anões em conserva...; ouviu-me em silêncio... e em seguida... lançou-me um sonoro “me cago en la leche”...ao mesmo tempo que impulsionava com o pé... um enraivecido safanão na mesinha da sala... quebrando-lhe o tampo em vidro... seguiram-se fartos elogios aos nossos progenitores... e um insuportável dueto... tenor... soprano... ; refugiei-me toda a noite no meu quarto... dormi aos bochechos... sentia-me contraditoriamente... danada... impotente... e ao mesmo tempo cheia remorsos... ; por volta das 5 da manhã... resolvi ir até a sala avaliar os estragos... estava tudo arrumadinho e nem sinal de vidros... espreitei os outros compartimentos da casa... eu estava sozinha em casa... senti-me aliviada... e ao mesmo tempo uma má pessoa... espreitei pela janela... e ñ havia sinais do Capri... deitei-me ao comprido na banheira meia cheia de água... e submergi várias vezes em pequenos períodos de tempo... ; pedi o carro emprestado à Célia e fui p’ra Lisboa... estive umas cinco horitas no jornal... mas pouco produzi... arranjei coragem e liguei-lhe... durante 20 minutos... pedimos desculpas um ao outro... trocamos mimos e renovamos juras de amor... mas continuar a morar juntos estava fora de questão... no fim de semana ele passaria por minha casa... e levaria as suas coisas... concordei resignada... era a solução mais razoável...; Voltei cedo para casa... nadei muito na praínha... juntamente com a Kika...; subi à minha varanda... deitei-me na espreguiçadeira... protegi os olhos e... tostei-me ao sol até mudar de pele...; Lynn... relaxada na rede... dedilhava baixinho ... à Bob Dilan... “Knocking on Heaven’s Door”.... ; depois do jantar... descemos... eu e Lynn... até ao pub... bebemos absinto... e desafiada pelo Josh... num espaço inundado de britânicos... subi ao pequeno estrado... abracei a “Chet Atkins”... fechei os olhos e morri completamente... com “Don’t”... a meio da música ... abri os olhos e reparei na cara de parva... da Célia... recuperei a sanidade... fugiu-me o espírito da Anouk e renasci outra vez... como Maria Joana... terminei a música com dignidade... encaixei a guitarra eléctrica no seu apoio... e voltei... envergonhada... à minha mesa... e ao meu absinto...

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