56. – Quinta-Feira... Dores de Crescimento...

Acordei levezinha e tranquila... há já a algum tempo que ñ dormia tão bem... provavelmente... por ter conseguido anular de uma assentada... duas preocupações... as férias e o problema do carro...; duchei-me preguiçosamente... e abeirei-me da varanda para respirar... vi o mar bordado a cordões de ouro... o sol batia-lhe de chapa o que o tornava-o tão belo... chorona... emocionei-me obviamente...; voltei para a cozinha... onde os meus 3 “hospedes”... faziam ruidosos e megalómanos planos.. sobre a ida ao “Sudoeste” para ver o Manu Chao...! Preparei divertida... o meu batido de iogurte... acrescentei-lhe uma banana... meia dúzia de morangos... e três pedrinhas de gelo...; depois vesti uma roupa desportiva... e zarpei para Lisboa...; quinta feira... é o dia da semana de maior adrenalina... pq é o dia em que se fecha o jornal... há sempre mt trabalho... e de facto passei uma manhã bastante atarefada... ; saí por volta das 3 da tarde... com muita larica... tinha combinado ir lanchar a casa do Jordi em São João do Estoril... e por isso ñ almocei... ; passei pela pastelaria e bebi um sumo de manga... peguei no carro e lá fui para São João... em busca de não sei mt bem o quê... ñ pensei mt em consequências... qd aceitei lanchar com ele... nem sei mesmo se ñ fui eu quem forçou este encontro... provavelmente fui... ; chegada a São João do Estoril... torneei a travessa da Emília... entrei pela avª Marquês de Leal... e já em frente da casa... um condomínio fechado situado na falésia defronte à praia da Azarujinha... irritei-me mt... acontecia-me sempre o mesmo... o acesso estava-me vedado... liguei para o Jordi... e esperei perto de 10 minutos antes que o segurança me viesse abrir o portão... aparquei o carro no pátio do condomínio... e passeei um pouco pelo jardim... antes que Jordi me resgatasse para o interior do seu apartamento...; o ar condicionado... criou-me uma irritação suplementar... eu vivera ali 2 anos da minha vida... revistei tudo com o olhar... estava td igual... até os cheiros me eram familiares... subi ao primeiro piso... onde se situavam os 4 amplíssimos quartos... dirigi-me a varanda... e observei nostálgica... a incrível vastidão da paisagem.. que abarcava toda a foz do Tejo... o início do atlântico... e uma parte da baía de cascais... busquei o meu quarto...e estava intacto... as minhas roupas... as minhas coisinhas... sentei-me na minha enorme cama... apoiei o queixo na mão direita... e fiz uma pormenorizada vistoria aos meus confusos sentimentos... ; lanchamos na cozinha... pão italiano com manteiga de tomate... e jamón de Gijuelo... fatias sumarentas de sandia e uvas... e bebemos “cava” Castellblanche... ; deslizamos mais soltos até a salinha... mt íntimos... do interior das paredes caía em cascata o som de "Nothing Compares 2 U"... confessamos em confidencias... a paixão que partilhavamos um pelo outro... recordamos deliciosamente cúmplices... outros momentos e outras estorinhas...; no final... já qd saía... ele habilmente colocou-me entre a espada e a parede... “vou fotografar durante uns dias para Cadaqués... preciso que venhas comigo...” embriagada pelo envolvimento... prometi pensar com carinho na proposta... ; quando ao anoitecer... passeava com o zulu... pela praínha... eu já ñ era a Joana dos últimos dias... e com um sorriso de orelha a orelha... eu rejubilava mt segura de mim... “porra... como tens crescido pequenita...”